Isabela,
Não consigo responder a maior parte das questões aqui propostas sem concordar com vc. Contudo, o crack degenera mais que as outras drogas, e num período de tempo menor. Concordo plenamente que existe a discriminação socioeconômica, mas o combate a desigualdade, não é motivo para exposição dessas crianças ao risco. Então pensei um pouquinho e decidi expor minha experiência pessoal com o assunto:
Eu sou filha de uma psicóloga que trabalha numa casa municipal de acolhimento de usuári@s de álcool e droga. Terapeuta comunitária, ela realiza um trabalho com os grupos de família, e conversando sobre o assunto, sem nomeá-los, ela me conta histórias bizarras de abandono d@s usuári@s por cônjuges, ascendentes, descendentes adultos. Atualmente ela está escrevendo sobre o drama dessas famílias, e concluiu que o sofrimento deles supera, e muito, o do usuário. Algo, como que a dor pela perda do filho da mãe usuária, não se compara a dor do filho desta por estar próximo à ela. Se pessoas adultas não conseguem, não entendo como uma criança poderia… Não é uma crítica a inclusão d@ “doente mental”, mas, ineficácia no tratamento dest@ pra a reinserção social…
Além disso, como professora da rede de ensino estadual, tenho alun@s filh@s de dependentes químicos, que estão morrendo devido a negligência familiar e alun@s usuári@s, ou em recuperação, que do ponto de vista cognitivo, estão mortos.
Sua boa lembrança do ECA não pode excluir o art. 4º que diz que o bem estar das crianças dever de TOD@S nós,
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Mas, não nos apeguemos á lei dos homens que assentam nosso congresso misógino e machista: a condição econômica é determinante uma vez que sem recursos, trabalho, renda e moradia, uma criança jamais será bem assistida ou”formada”. Com fome, frio, sem condições de higiene e num ambiente insalubre só se elevam os índices de mortalidade infantil, já tão altos em nosso país.
Além disso, quantas notícias não temos de mães usuárias que matam, vendem ou abandonam seus filhos? E não é porque elas são más, é porque estão doentes…são incapazes de discernir. É porque não tem direito ao aborto legal e principalmente, devido ao ônus do investimento parental, exclusivo delas. Sinceramente, ao meu ver, a destituição deve atingir os 100%, em todos os casos em que a genitora se mostrar incapaz de cuidar de si própria.
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